domingo, 22 de novembro de 2009

Operario

Operário

Estou trabalhando como operário.
Oh vida dura de se fazer.
Mas è um trabalho nobre.
Ajudo essa gente a comer.
Os meus rimados são simples.
Quem sabe algum dia vão ler.
Espero que ao chegar esse tempo.
Operário ainda possa comer.
Porque não è fácil viver.
Posso ouvir corações chorar.
Corações imigrantes e corajosos.
Sem nada mais a perder.
Não são coitados e pobres.
São filhos da pos modernidade.
Que vivem de um lado a outro.
Na guerra das vaidades.
Vida de imigrante è assim.
O conforto sai caro mais vem.
Nos trópicos fui Doutor.
Mas não podia ir muito alem.

Vai e vem imigrante.

Olho pra esse mar e percebo a beleza, a realeza!
Mas elas não são minhas!
Eu quebro a harmonia.
Dou voz à hipocrisia
Mas vivo ao modo meu!

Em terra de imigrante nada è verdadeiramente da gente.
E o que você acha que te pertence,
Um leva pra longe, pra bem distante.
O que eles querem mesmo è nos jogar pra fora.
Da mesma forma que o mar descarta os corpos mortos.

Mas eles mesmos foram alem do mar.
Chegar na terra de onde eu vim.
Onde o mar è só meu.
Aqui não era assim como è,
Tinha fome, miséria e guerra.

Eu acho que chegou a hora do mar de La devolver seus mortos,
O problema è que eu bebi daquela água.
Agora ele também è meu.
Meus híbridos me fazer ser cidadão de dois mundos.
Nos dois mundos sou meio deslocado.
Não cabe beleza nem realeza, só sutilezas.
A Negra do Onibus

Vi uma negra no onibus.
Que linda! Que bela! Que cereja!
Jamais pus meus olhos em uma beleza assim, desconcertante!
Amarelas e morrons eram suas estampas.
Criando uma harmonia perfeita.
Nao tive coragem de fotografar tal sincronia.
Quantas paisagens.
Tantos mundos.
Imesidao.